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domingo, 30 de abril de 2023 6a1h8

O dia que Gercino Monteiro escreveu sobre o jornal 'A Roça', de Egerinêo Teixeira 6k3l34

Segundo Victor de Carvalho Ramos[1], quando Egerinêo Teixeira fundou em Campo Formoso (Orizona) nos fins de 1923, o semanário ‘A Roça’, o primeiro da localidade, Gercino Monteiro[2] o saudou em carta publicada no número 02 daquele jornal[3]. Vejamos o teor dessa mensagem:

Egerineu: Recebi teu jornal, o jornal que fundaste para tornar conhecidas as riquezas do município de Campo Formoso, é dizer, as riquezas do nosso grande e desafortunado torrão natal.
Li-o. Mas, li-o com a atenção que merecem todas as obras que saem dos espíritos ainda indenes dos vícios, dos erros e das hipocrisias sociais.
Conheço-te de perto e digo-te que o teu jornal, conforme o afirmou esse outro moço de valor, que é Victor de Carvalho Ramos, há de ser uma válvula por onde se escapem os anseios e os anelos do nosso povo, que clama pela vinda do Progresso, para que a nossa terra culmine entre os Estados quem compõem este país, que vive com a sua moeda desvalorizada, com o cambio a 4,5 e a 5 ½.
Idealismo?
Não.
Eu, como homem prático, desejo que o teu jornal elogie a nossa terra, as suas possibilidades, as suas riquezas. Desejo que ele seja o clarim em cujos sons os de longe ouçam que nesta pátria existe um Estado para o qual a natureza foi pródiga, dando-lhe, dadivosa, riquezas que dormitam há séculos no seu solo e subsolo.
Procura orientar o teu jornal pela trilha que lhe delineaste, “forte como a peroba e livre como o vento”. Este período vale por um programa, nesta época em que a peroba forte é madeira rara e o vento bate contra a muralha das competições, do comodismo e, mais ainda, das ambições...
Não sou psicólogo, nem tenho qualidade para isso. Procuram tê-la os pretenciosos, que alardeando sapiência, possuem um espírito afeito aos limites gizados pela arte de adular.
Os que escrevemos com jornal com independência – tu, alguns outros e eu – temos um ideal: o de sermos úteis à terra comum.
Não creio, porém, que os homens públicos tenham confiança nos que lhes turiferam todos os atos, incondicionalmente...
Eles sabem e que o incenso e a mirra que queimam, hoje em seu benefício, amanhã, quando estiverem carpindo o ostracismo, não se esgotarão em seu favor.
Isso é da história...
Nós cumpriremos o nosso dever. E os outros agindo como agem, cumprirão o seu?

Fonte: CARVALHO RAMOS. Victor de. Letras Goianas – Esbôço Histórico. Goiânia: J. Câmara & Irmãos S/A, 1968. 191p.

Notas:
1. Victor de Carvalho Ramos foi um escritor e jornalista goiano, filho do juiz de direito e escritor baiano Manoel Lopes de Carvalho Ramos (1864-1911), autor do poema épico “Goyania” (1896), escrito em Caiapônia-GO, e de Mariana Fenelon Ramos. Foi irmão do notável escritor Hugo de Carvalho Ramos (1895-1921), autor de “Tropas e Boiadas” (1917), um dos maiores da nossa literatura.

2. Gercino Monteiro Guimarães nasceu em Palmeiras de Goiás em 19 de maio de 1894 e faleceu na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia no dia 20 de janeiro de 1948. Foi um escritor brasileiro e um dos membros-fundadores da Academia Goiana de Letras. Era cunhado do professor e historiador Zoroastro Artiaga e sobrinho do jornalista Honestino Guimarães. Era filho de Benedito Monteiro Guimarães e de Joaquina Monteiro Guimarães.

3. Todos os livros citados neste texto e nessas notas tem grande valor histórico e literário e estão disponíveis na Biblioteca Municipal Maurity Silva, no antigo fórum, no centro da cidade de Orizona.

quinta-feira, 27 de abril de 2023 2a6u1r

Francisco Accioli, Maria Theófila e a Educação em Campo Formoso l633t

Francisco Accioli Martins Soares nasceu em Neópolis, Estado de Sergipe, em 11 de outubro de 1881. Foi um político pioneiro em Pires do Rio e viveu também em municípios do sul de Goiás e Triângulo Mineiro. Era filho de José Leandro Martins Soares e Maria Emília Batista Martins Soares. Casou com a professora Maria Theofila Gonçalves, filha de João Gonçalves de Araújo e Francisca Ferreira de Araújo. Faleceu em Pires do Rio. Era farmacêutico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia.
Entre 1913 e 1925 moraram em Campo Formoso (Orizona), onde Francisco manteve uma farmácia. Em 1914 foi nomeado sub-promotor do município, mas declinou a nomeação. Fundou ali, junto com José da Costa Pereira, o Colégio Bento XV, onde lecionava francês e história.
De acordo com o que consta em seu livro “Pontos Históricos de Pires do Rio” (1988), Francisco Accioli fundou com a esposa Maria Teófila Gonçalves Martins, em Araguari-MG, a Escola Particular “Trabalho e Perseverança”:
Fundada em 1906 em Araguari-MG, encerrando-se no ano de 1908 os seus trabalhos e reabrindo-se em 1909 a sua diretora, na cidade de Pouso Alto, hoje Pirancanjuba. Essa escola foi transferida para a antiga cidade de Campo Formoso, atualmente Orizona, em 1913 e, finalmente para Pires do Rio, em 1925, onde funcionou até o ano de 1938. Sua fundadora, minha esposa Maria Teófila Gonçalves Martins Soares alfabetizou grande número de alunos, que hoje, muitos deles, são médicos, bacharéis, farmacêuticos, engenheiros e outros ocupantes de profissões liberais diversas, ocupando muitos deles, posição de destaque em ambos os Estados, quer na vida particular ou na pública. Deixou a professora Mª Teófila as suas atividades escolares sem que, em tempo algum, tivesse recebido qualquer recompensa dos dois Estados onde trabalhou”.
Quando estiveram em Pouso Alto pela primeira vez (voltaram a morar no município na década de 1940), veio ao mundo o filho João Accioli (foto), um dos mais prestigiados poetas goianos. De acordo com Antonio Miranda, João Batista Gonçalves Accioli Martins Soares (João Accioli) nasceu em 1º de outubro de 1912, e faleceu em 1º de maio de 1990. Fez o primário com a própria mãe, Maria Teófila Gonçalves Martins Soares. No Ginásio Diocesano de Uberaba (MG) cursou Humanidades, e naquela escola também se destacou pelas atividades literárias.
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (SP), onde atuou com destaque na Academia de Letras da escola, e, como clarinetista, tocou em orquestras paulistas. Especializou-se em advocacia trabalhista. Ajudou, como um dos fundadores, na constituição do Partido Progressista. Em suas atividades políticas, ocupou a Secretaria de Educação e Cultura da prefeitura de São Paulo. Chegou a ocupar a presidência da União Brasileira de Escritores, e foi membro da Academia Goiana de Letras.
Edméa Gonçalves Accioli (1916-1955), casada com Emílio Rincon Segóvia (1915-1991); Maria Emília Martins Soares Mendonça, casada com Américo Carneiro de Mendonça, também foram filhas do casal.
Em Pires do Rio e Santa Cruz, Francisco Accioli deixou um legado político muito relevante. Em Morro Alto não foi diferente. Por onde essa família ou, deixou a marca de sua intervenção positiva.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

sábado, 18 de fevereiro de 2023 5v6t1o

Liderança Quilombola de Santa Cruz de Goiás foi assassinada neste sábado (18/02) 6a4s24

Foi assassinado na manhã deste sábado, 18 de fevereiro, Luiz Fernando Sousa de Jesus Santana, 24 anos (nasceu em 31/10/1998), natural de Pires do Rio e que viveu toda a vida em Santa Cruz de Goiás. Luiz Fernando era presidente da Associação Quilombola Mucambo de Santa Cruz de Goiás.
Era estudante e uma grande liderança social e da área da cultura, do movimento negro e de um carisma muito marcante. Um historiador e estudioso, que conhecia as memórias de seu povo e de sua terra. Nas eleições municipais de 2020, candidatou-se a vereador pelo PRTB e ficou como suplente do legislativo.

Informações até o momento 1:
Segundo a Polícia Militar, o crime ocorreu por volta das 5h10min na residência da própria vítima, localizada na rua Padre Prego, 36, no centro da cidade. A PM informou que ele estava deitado em uma cama, debaixo de cobertas, quando foi atingido por tiros.
Conforme informado pelo blog de notícias Zap Catalão, a PM disse que uma testemunha relatou que após escutar vários disparos de arma de fogo, visualizou uma pessoa saindo da casa, que em seguida entrou em uma VW/Saveiro de cor escura e evadiu do local sentido prefeitura, tomando rumo ignorado.
O local do crime foi preservado até a chegada da Polícia Cientifica que após realizar procedimentos periciais o corpo foi removido e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Caldas Novas.
De acordo com informações da Polícia Militar veiculados pela página Fatos, após tomar conhecimento de um homicídio, equipes de Companhia de Policiamento Especializado (E) iniciaram levantamentos para identificar o envolvido no crime.
Horas após o crime as equipes localizaram o veículo utilizado no homicídio e em diligências na cidade de Palmelo-GO, identificaram e localizaram um suspeito, de 25 anos, o qual já possui duas agens por tráfico de drogas, em Goiás e no Distrito Federal, juntamente com outros dois homens que participaram do crime prestando e após o homicídio.
No local também foi encontrada a arma utilizada no crime, um Pistola Taurus cal. 9mm, modelo PT 917 com dois carregadores, bem como várias porções de entorpecentes, balanças de precisão e valores provenientes do tráfico.
Os três suspeitos foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil de Pires do Rio para os devidos procedimentos cabíveis.

Informações até o momento 2:
O velório e sepultamento de Luiz Fernando estão previstos ainda para esse sábado. Nas redes sociais, amigos e colegas lamentam a perda de Luiz Fernando e lembram o que representava.
A escritora, historiadora e liderança política e comunitária Fátima Paraguassu disse que "lá se foi um líder, um amigo, um filho, um irmão. Assam uma enciclopédia, interromperam uma história". Outra colega disse que "sepultaremos boa parte de nossa história nesse trágico fim de nosso irmão querido. Aguerrido! Planejava construir um mandato coletivo na câmara de vereadores de nossa cidade. Foram longas nossas conversas sobre esse sonho". Outros clamores de pessoas do seu convívio pedem justiça para o caso.

Com informações Zap Catalão/ Justiça Eleitoral/ Fatos de Orizona; Foto: Acervo Pessoal.

Atualizado às 19:57h do dia 18/02/2023.

domingo, 5 de fevereiro de 2023 4o4916

No ado, poucos podiam voar, mas as experiências de voo eram muito atraentes 6d5960

O jornalista Geraldo de Araújo Vale, natural de Orizona, filho de Idomeneu Marques de Araújo e Mariana Rosa de Araújo, nasceu no dia 23 de março de 1914 e faleceu no dia 30 de abril de 1979 apresenta essa ‘crítica’ (imagem abaixo) sobre um voo na Cruzeiro do Sul (Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul) em 1957, entre Goiânia e São Paulo. A crônica aparece na página do Jornal de Notícias de Goiânia. Viajou em uma aeronave Douglas DC-3, um avião bimotor a pistão, de asas baixas e propulsão à hélices, desenvolvido e fabricado nos Estados Unidos pela Douglas Aircraft Company, de 1936 a 1950. Era o principal modelo usado pela Cruzeiro do Sul.
O outro caso é uma viagem da família orizonense composta pelo juiz Alcino Brettas e seus pais Euclydes Brettas (político, fazendeiro e farmacêutico) e Isolina de Castro Brettas (fazendeira e dona de casa). A família viajou entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro pela Panair do Brasil e foi destaque nas colunas sociais do Jornal do Brasil (RJ) do dia 07/01/1939. Voar de Panair era um luxo. Viajaram naquela ocasião em um Lockheed modelo L-10 Electra, um bimotor, avião monoplano totalmente metálico desenvolvido pela Lockheed Aircraft Corporation em 1930, para competir com o Boeing 247 e Douglas DC-2. O avião ganhou fama considerável, uma vez que foi pilotado por Amelia Earhart em sua malfadada expedição ao redor do mundo em 1937.
Recorte do Jornal de Notícias (1957).
A Cruzeiro do Sul, inicialmente chamada Syndicato Condor, foi constituída em 1º de dezembro de 1927. Foi controlada pela Varig na década de 1970, tornando-se subsidiária da companhia gaúcha e deixando de existir em 1º de janeiro de 1993, após ser totalmente adquirida pela mesma.
Já a Panair do Brasil S.A. foi fundada no Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1929 por Ralph Ambrose O'Neill. Foi a principal empresa aérea brasileira entre 1930 e 1950, e perdeu mercado — principalmente o doméstico — na década de 1950, com o crescimento da Varig e da Real. A partir de 1942, as ações da empresa começaram a ser transferidas para investidores brasileiros, tornando-se ela majoritariamente nacional em 1948. Em 1964, as empresas da dupla de acionistas da Panair aram a sofrer intervenções do governo militar recém-instaurado.
A Panair teve suas operações aéreas abruptamente encerradas em 10 de fevereiro de 1965, devido a um despacho do governo militar, que suspendeu suas linhas, por influência da Varig, que queria assumir o mercado, principalmente exterior, ocupado pela Panair. A opção pela suspensão, em vez da cassação, teria sido um mero artifício técnico encontrado pela ditadura. Assim, as operações poderiam ser, na prática, paralisadas de imediato, sem o decurso dos prazos legais de uma cassação. As autorizações de voo só foram oficialmente revogadas no Diário Oficial da União em 27 de agosto de 2009.
Nessas décadas remotas, viajar de avião era uma experiência quase que exclusiva de famílias muito abastadas e de quem estava a trabalho, pois o número de linhas e infraestrutura era muito reduzido e o custo das agens era para poucos, um pouco também pela experiência do serviço de bordo, equivalente ao dos mais luxuosos hotéis. Em Goiás, a Cruzeiro do Sul tinha voos inclusive para o interior do Estado.
Serviço de bordo na KLM. Foto: Divulgação.

Os voos internacionais da Varig nas últimas décadas do século XX eram um exagero em termo de sofisticação e até de práticas inusitadas. Além das lagostas, caviares, whisky, Campari, outras bebidas e pratos sofisticados figuravam nos serviços. A KLM da Holanda, na década de 1960, servia uma carne assada que na prática era um churrasco do mais alto padrão.
Jumbo da Varig. Foto: Normando Carvalho Jr.

Segundo Gianfranco Beting (Panda), a Varig era uma empresa glamorosa porque os tempos eram assim e a concorrência entre as companhias exigia essas posturas. O próprio disse em uma entrevista ao canal Aviões e Música que em uma viagem do Rio de Janeiro a Paris, foi servido à primeira classe pelos comissários da Varig, um rodízio de churrasco, típico da tradição gaúcha. Era fevereiro de 1987.
Uma curiosidade que não sabemos até quando é verdadeira foi me contada muito em minha infância: que a companhia servia cachaças de alambiques de Orizona na década de 1980 e 1990 para os clientes. Naquela época, algumas marcas da bebida orizonense foram premiadas entre as melhores do país.
Um DC-3 voando pela Cruzeiro do Sul.

Hoje, mais gente pode viajar de avião, mas os custos são altos (mas muito menores) e a experiência de voo não é lá das mais empolgantes. Voar numa das três companhias (Gol, Azul e Latam) não é muito atrativo do ponto de vista da viagem. A distância entre serviços aos clientes de companhias aéreas atuais e antigas está relacionado ao perfil dos clientes. E não estou alegando que atualmente as viagens estão repletas de gente da classe C e D, por exemplo. Muito além do padrão econômico dos clientes, estão os hábitos e costumes criados nas últimas décadas. Parece que os equipamentos eletrônicos e redes sociais regrediram muito a sociedade, para um nível totalmente diferente daquele.
Família Tolentino Brettas. Foto: Acervo Familiar.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023 586238

360 Anos: Anotações sobre a história dos Correios no Brasil e626d

Neste dia 25 de janeiro de 2023 fizeram 360 anos de trajetória dos Correios no Brasil, o serviço mais antigo de nosso país. Serviram um muitas ocasiões para encurtar as distâncias das capitanias e depois províncias, na maioria muito isoladas da Côrte de Salvador e posteriormente do Rio de Janeiro. Muitas das estradas do interior do país foram abertas para atender as necessidades desse serviço. Mas ao falar de Correios, não podemos misturar com a atual autarquia federal (ECT), criada em 20 de março de 1969 com o Correio-mor, de 25 de janeiro de 1663.
De acordo com Paulo Novaes, da página Agências Postais, foi no reinado de D. Afonso VI de Portugal, que o regimento de 25 de janeiro de 1663 nomeou o Alferes João Cavalleiro Cardozo para o cargo de Correio da Capitania no Rio de Janeiro, criando oficialmente o serviço postal no Rio de Janeiro (e no Brasil). Nesse dia é comemorado o aniversário dos Correios e também o Dia dos Carteiros.
Antes de 1798, o ofício de Correio-mor estava nas mãos da família Gomes da Mata, que comprou o ofício de Correio-mor em 1606. “Em 1797 um decreto da Coroa Portuguesa estatiza e centraliza os serviços postais, subordinando-os ao Ministério da Marinha e Ultramar. Com isso inicia-se o processo de organização postal oficial pelo Alvará de 20 de janeiro de 1798, cujos preceitos seriam adotados pelo Brasil por Ato de 24 de abril de 1798 com a instalação da istração do Correio da Corte e da Província do Rio de Janeiro, sediada no Paço dos Vice-Reis (mais tarde Paço Imperial)”[1].
Brasão do Correio no tempo do Império.
Em consonância com Mayra Calandrini Guapindaia[2],
As reformas dos correios fizeram parte de um conjunto amplo de ações executadas pelo ministro da Marinha e Ultramar, dom Rodrigo de Sousa Coutinho. O principal propósito dessas transformações era recuperar as receitas de Portugal, devido ao desgaste financeiro provocado pela guerra com a França. Para dom Rodrigo, as relações econômicas entre o Reino e seus domínios imperiais, especialmente a América portuguesa, tinham grande importância. A tentativa de reequilíbrio financeiro da metrópole era permeada pelo bom aproveitamento do espaço americano, seja no sentido da melhor istração, das transações comerciais ou na questão da cobrança de impostos. Assim, uma das primeiras ações de dom Rodrigo ao assumir a Secretaria da Marinha e Ultramar foi a inauguração do Correio Marítimo entre Reino e domínios em 1798, instituição que auxiliaria tanto na manutenção da comunicação à distância, essencial para o comércio, quanto na recolha fiscal, por meio da arrecadação dos portes das cartas”.
No final do século XVIII, a Coroa usou como estratégia, a apropriação das antigas estradas que cortavam o interior do Brasil e que chegavam às vilas existentes. É fato que naquela época e infraestrutura de estradas e pontes era precária. Coincidindo com a crise do ouro, utilizaram as estradas da mineração, além das hidrovias existentes.
Caixa postal da Primeira República.
Guapindaia registra que essas rotas de integração e o conhecimento geográfico gerado no período do auge do ouro foram reaproveitados para a fundação de rotas postais após 1798. Os governadores do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso não apresentaram, nos primeiros anos das reformas, sugestão de abertura de recovagens públicas, ou seja, novas estradas e caminhos. Se utilizaram de certa autonomia decisória para acionar vias já existentes, mas sem deixar de cumprir parcialmente as ordens da Coroa, atentando-se para a instituição de envios regulares de correios terrestres.
Ainda em 1798, o conde de Resende também apontou a necessidade do giro postal entre Minas e o Rio de Janeiro como entreposto para as cartas do Vice-reinado para Goiás. Neste sentido, na tentativa de construir uma rota postal integrada, o vice-rei indicava enviar anexo ao ofício para Bernardo José Lorena comunicação para a Junta da Fazenda de Goiás a fim de acordar as questões relativas aos correios das três capitanias.
Sede do Correio no Rio de Janeiro.
É possível perceber a urgência da Coroa Portuguesa, que buscou agilizar o cumprimento de vários encaminhamentos. O vice-rei Lorena escreveu em 11 de agosto de 1798 para Tristão da Cunha Menezes, governador de Goiás, afirmando que o itinerário deveria continuar de Vila Rica até o arraial de Paracatu. Neste ponto, os carregadores de Goiás assumiriam a mala, levando-a para Vila Boa. Os transportadores de Minas levariam a mala de Paracatu para Vila Rica, de onde deveriam ser distribuídas as missivas goianas para Minas Gerais. De lá, poderiam chegar ao Rio de Janeiro e serem enviadas para Portugal.
Vemos, portanto, a integração do giro postal, no qual desde Goiás poderia se comunicar com outras capitanias e, em última instância, com o Reino. Nesse sentido, o território goiano pode ser considerado, na definição de Russell Wood, como uma hinterland, ou seja, um local periférico com certa distância que possui continuidade territorial com um núcleo, Goiás aria a se conectar remotamente com o mundo exterior Goiás, ligada pelas vias das Minas Gerais, conseguia este continuum com o Vice-reinado.
O caminho indicado por Bernardo José é coincidente com a Picada de Goiás, ou Caminho de Goiás. As negociações para abertura e manutenção dessa estrada datam dos anos 1730, e tinham o intuito de garantir a comunicação do sertão goiano com as Minas, tendo como principal objetivo a exploração aurífera. A agem das Minas era feita por Paracatu para então atingir o Registro dos Arrependidos, seguindo para Vila Boa. Foi estabelecido em função da descoberta de ouro no sertão de Goiás, que em 1748 seria elevada à condição de capitania. A sua importância era de tal ordem que, em 1720 a Coroa Portuguesa estipulou a pena de morte para quem abrisse, sem autorização, outros caminhos entre a capitania de Minas Gerais e Goiás, determinações reiteradas em 1733 e 1758.
Cartão postal do séc. XIX.
Essa via iniciava-se em Pitangui, em Minas Gerais, permitindo o abastecimento da nova região aurífera, a imigração e o escoamento da sua produção mineral. O troço adiante de Meia Ponte, na estrada para Vila Boa de Goiás, prolongamento da chamada Estrada Real, era calçado. O Caminho de Goiás prolongava-se daí em diante, alcançando Vila Bela da Santíssima Trindade no sertão do Mato Grosso. No total, o chamado Caminho de Goiás estendia-se por 266 léguas (cerca de 1.596 quilômetros), separando Vila Boa (Cidade de Goiás) do Rio de Janeiro, e consumindo cerca de três meses de viagem.
Em Instruções das Juntas da Fazenda de Minas, também de 11 de agosto de 1798, percebemos a adição de mais um caminho a este roteiro: de Vila Rica, a mala seguiria para Sabará para depois atingir Paracatu, havendo troca de malas em Bambuí. Foi o chamado Caminho do Correio. Mais recente que o Caminho Velho da Minas, que era muito ruim, em 1698, o governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur de Sá Menezes (1697-1702), informou à Coroa Portuguesa a necessidade de se abrir um novo caminho para aquele sertão. A tarefa coube ao bandeirante Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias Paes Leme. O trabalho foi concluído em 1700. Nesta época, o Caminho Novo era percorrido em cerca de um mês, um terço do despendido no Caminho Velho. O governador das Armas de Goiás, Raymundo José da Cunha Mattos, em seu Itinerário (1823), falava  como foi percorrer esse caminho.
Figura do Carteiro.
O caso de São Paulo permite entrever as principais justificativas para a recusa da abertura de recovagem pública. Para além do estipulado no alvará de 20 de janeiro de 1798, um aviso do ano seguinte, de autoria do príncipe regente dom João, ordenava o cumprimento da primeira lei, especificando que deveria haver abertura de via terrestre para ligar São Paulo a Goiás e Mato Grosso. A ideia por trás deste ordenamento era permitir, além da troca de correspondência, o comércio de prata com a América espanhola. Goiás e Mato Grosso eram responsáveis pelo transporte que perasse os as duas capitanias.
Estava previsto também o transporte pluvial entre Goiás, Mato Grosso, Pará e Amazonas. Foram realizadas viagens exploratórias na região para avaliação das condições. Em maio de 1798, a Coroa solicitou que os governadores do Pará e Goiás organizassem comunicações regulares entre suas capitanias. Tal ação, deve-se notar, fez parte de um plano mais amplo de revitalização econômica a partir da ligação entre Goiás e Pará, e que englobava a também a questão da troca de correspondência. Surgiu a Estrada do Correio do Rio para o Grão-Pará (Pará).
Atual sede dos Correios de Orizona.
Foram esses os caminhos principais nos séculos XIX que predominaram como via de trânsito das tropas de mulas que circulavam do Rio de Janeiro por Minas Gerais, até Goiás e vice-versa e de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, no outro trecho. Normalmente, os carregadores goianos recebiam as correspondências e encomendas na última cidade mineira e na volta, encaminhava até Minas Gerais.
Na segunda metade do século XIX, temos registros do itinerário do Correio, saindo do Rio de Janeiro, ando por Minas Gerais e Goiás. Nas décadas de 1850 a 1890, o arraial dos Corrêas ou Campo Formoso era praticamente inexistente e foi se desenvolvendo com o tempo. Os moradores da região tinham, caso precisassem, que ir a Santa Cruz ou Bonfim (Silvânia), os mais próximos, para despachar ou receber correspondências.
Conforme era o procedimento, as cartas saíam do Rio de Janeiro para as províncias de Goiás e Minas Gerais entre 1857 e 1875, sendo que,
Remetem-se malas de cartas e jornais quinze vezes por mês, e em Fevereiro somente quatorze vezes, sempre de 2 em 2 dias, isto é, a 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28 e 30, recebendo também malas da dita província nos dias 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19, 21, 23, 25, 27 e 29. Vai correspondência para as agências de Paraíba do Sul, Pampulha, Registro de Paraibuna, Chapéu das Uvas, Juiz de Fora, Barbacena, Queluz, Ouro Preto, S. João d’El Rei, S. João Nepomuceno, Araxá, Desemboque, Formiga, Mar de Hespanha, Oliveira, Paracatu, Patrocínio, S. José d’El Rei, Tamanduá, Três Pontas, os, Jacuí. Sabará, Pitangui, Mariana, Santa Bárbara, Itabira, Conceição, Serro, Minas Novas, S. João Batista, Grão Gomor, Rio Pardo, Diamantina, Formiga, Januária, S. Romão, Bonfim, Catalão, Jaraguá, Meia Ponte[Pirenópolis], Santa Cruz de Goiás, São Pedro de Alcântara e Goiás: todas essas malas são entregues

em Petrópolis para daí seguirem os seus destinos; e contrato que há para esse serviço, deve-se gastar desde Petrópolis até Barbacena 48 horas, até Ouro Preto 64 horas, e até S. João d’El Rei 75 horas
”[3].
Telegrama enviado pela Estrada de Ferro.
Conforme Jorge Seckler[4] o transporte de cartas de São Paulo para Goiás saía em 1887, de três em três dias: 3, 9, 12, 15, 21, 24, 27, 30 às 5:30 horas e chegava em São Paulo em 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25, 28. As cidades goianas que recebiam as correspondências diretamente eram Bonfim, Catalão, Corumbá, Entre Rios (Ipameri), Goiás, Jaraguá, Meia Ponte, Pouso Alto (Piracanjuba), Santa Cruz de Goiás, Santa Luzia (Luziânia) e Villa Bella de Morrinhos (Morrinhos).
Acreditamos que a agência dos Correios foi instalada no período que foi elevado ao distrito policial e de paz de Nossa Senhora da Piedade de Campo Formoso, ou seja, no início da década de 1890. Em 1904, por exemplo, era agente do Correio o senhor Abilon Borges, filho do então professor Salviano Pedro Borges, cargo que ocupou por longo tempo. Com a chegada da ferrovia na década de 1920, o serviço agilizou bastante e foi inserido a parte de telecomunicações, com a rede do telégrafo. Em 1931 o decreto nº 20.859, de 26 de dezembro de 1931, funde a Diretoria Geral dos Correios com a Repartição Geral dos Telégrafos e cria o Departamento dos Correios e Telégrafos. O primeiro ponto de telégrafos chegou em Campo Formoso depois de 1928, com a inauguração da estação ferroviária de Ubatã. Dentre os locais que funcionou a empresa, certamente a agência no endereço atual (Rua Marechal Floriano Peixoto) é a mais longeva. Foi construída na década de 1940 durante a gestão do prefeito José da Costa Pereira e restaurada teve recentemente.
Sede da ECT em Brasília.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), o Correios atual, foi criada a 20 de março de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações mediante a transformação da autarquia federal que era, então, Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). A mudança não representou apenas uma troca de sigla, foi seguida por uma transformação profunda no modelo de gestão do setor postal brasileiro.
Com as crises financeiras da década de 2010, onde os Correios fecharam com saldos negativos em alguns anos, começou a ser cogitada a sua privatização, primeiro no governo Michel Temer (PMDB) e depois no de Jair Bolsonaro (PL), sendo que o último despachou encaminhamentos para que isso pudesse acontecer. Já como primeiro ato istrativo, em 1º de janeiro de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogou o processo de privatização dos Correios. Para além da necessidade da sua gestão na esfera pública ou privatização, essas iniciativas governamentais estão ligadas principalmente a visão de governo. Governos liberais, de influência econômica clássica, defendem a redução do tamanho do Estado e os progressistas, de influência keynesiana, defendem a manutenção do Estado social e de atuação mais ampla.
É comum vermos casos de reclamações da população a respeito do funcionamento dos Correios. Em Orizona isso não é diferente e talvez ainda mais comum que em outras localidades. Essa empresa pública foi e ainda é essencial e tem um papel histórico no país que não pode ser comparado a nenhuma outra empresa do ramo. Que continuemos a contar com a mesma por muitos anos, esperando que seus problemas financeiros e operacionais sejam corrigidos e que satisfaça a todos os seus usuários.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. NOVAES, Paulo. História dos Correios. In: http://agenciaspostais.com.br/?page_id=11500. Consultado em 28/01/2023.
2. GUAPINDAIA, Mayra Calandrini. Correios por estradas e rios: a tentativa de integração postal das capitanias da América portuguesa (1798-1807). In: Tempo. Vol. 28 n. 3. Niteroi/RJ. Set a Dez/2022. Pág. 178-198.
3. LAEMMERT, Eduardo Von. Almanak istrativo Mercantil e Industrial da Corte do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert, 1876.
4. SECKLER, Jorge. Almanach da Provincia de São Paulo – VI Ano. São Paulo: Jorge Seckler&Comp., 1888.

sábado, 28 de janeiro de 2023 264b44

Inventário de Eduardo Pereira Cardoso, morador da região do Taquaral 4sm4k

Filho de Jacintho Pereira Cardoso Júnior e Balbina Maria de Jesus, os avós paternos de Eduardo Pereira Cardoso foram Jacintho Pereira Cardoso e de Joaquina Rosa de Jesus e os maternos, Fulgêncio de Sousa França e Maria Rita de Jesus. Filho primogênito, foram seus irmãos mais jovens:
1. Nicolau Pereira Cardoso.
2. Zeferina Maria de Jesus, casada com Emídio Correa Peres.
3. Carolina Maria de Jesus, casada com Gabriel Pereira da Cunha.
4. Terêncio Pereira Cardoso, casado com Rosenda; e depois casado com Paula Francisca Piedade.
5. Antonio Pereira Cardoso.
Foi carreiro e agropecuarista na região do Taquaral. Teve três matrimônios, tendo como inventariante a esposa do último casamento, Theodora Maria de Jesus, 48 anos, filha de José Bento Correa e Manoela Francisca da Piedade.
Theodora tem papel histórico importante na região do Taquaral da Capela, uma vez que foi a mesma que transferiu para a Paróquia Nossa Senhora da Piedade a documentação do terreno para a capela daquela comunidade.

JUIZO MUNICIPAL DO TERMO DE CAMPO FORMOSO
COMARCA DE BONFIM – GOIÁS
ESCRIVÃO: Virgílio Reis
JUIZ MUNICIPAL DO TERMO: José Albino de Oliveira
INVENTARIANTE: Theodora Maria de Jesus (viúva)
INVENTARIADO: Eduardo Pereira Cardoso
REPRESENTANTE DA INVENTARIANTE: Roque Jacintho Pereira.
DATA DO INVENTÁRIO: 17/11/1919
DATA DO FALECIMENTO: 12/09/1919.

Eduardo Pereira Cardoso foi casado por três vezes: a primeira vez com Carolina Vieira de Jesus, cujo do casal ficaram quatro filhos; a segunda vez com Anna Maria de Jesus, cujo do casal ficou um filho; e com Theodora Maria de Jesus, tendo juntos seis filhos:

a) Herdeiros do casamento com Carolina Maria de Jesus, então falecida:
1) Balbina Vieira de Jesus, falecida, casada que foi com Pedro Gonçalves Pinheiro. Falecida a filha, foram herdeiros os netos:
a) Maria, casada com Manoel Pinheiro;
b) Ana, casada com Joaquim Gonçalves Pinheiro;
c) Eduardo;
d) Antonio;
e) Carolina;
f) Affonso.
2) José Januário Pereira, falecido. Desse modo, foram herdeiros os netos:
a) Joaquim Januário Pereira;
b) José Januário Pereira;
c) Benedicta.
3) Maria Vieira de Jesus, casada com Luíz Pereira da Cunha.
4) João Pereira Cardoso
b) Herdeiro do casamento com Anna Maria de Jesus, então falecida:
1) Joaquim Pereira Cardoso, falecido na juventude.
c) Herdeiros do casamento com Theodora Maria de Jesus, então com 48 anos:
1) Ana Maria de Jesus, solteira;
2) Manoel Pereira Cardoso;
3) Izabel Theodora de Jesus;
4) Maria José;
5) Rita Maria de Jesus;
6) Geraldo Pereira Cardoso.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023 1e1k37

Em 1936, Egerinêo Teixeira contava com grande reputação na sociedade 3e5n2w

Egerinêo Teixeira foi prefeito de Campo Formoso (Orizona) entre 04 de janeiro de 1936 e 06 de junho de 1938. Nesse período, usou a seu favor o fato de ser muito conhecido nas rodas da imprensa e em círculos políticos estaduais e nacionais. Para promover a sua imagem, usou do tradicional ‘toma lá, dá cá’ e da grande reputação e da compra de espaços de mídia positiva através de patrocínios (comum ainda hoje). Mas nem sempre precisou disso.
O exemplo fui uma matéria no jornal ‘O Annápolis’ em junho/1936 (número 278, 21/09/1936), sobre a recente conjuntura política local:

“O município de Campo Formoso experimenta agora os influxos progressistas do espírito evoluído de um ótimo prefeito, que tudo faz em prol das possibilidades da terra do leite e do capado gordo.
Egerinêo Teixeira sempre foi um idealista, mas da classe dos que pensam e agem para cima e para frente.
Agora, eleito e empossado no cargo de prefeito de Campo Formoso, põe em prática diversas obras que irão mudar a face das causas municipais.
Estradas de automóveis, telefone para a Estrada de Ferro, estatística da produção, cooperativas, etc, etc.
O ambiente político daquela terra também é tranquilidade e paz. Também isso se deve a inteligência de Egerinêo que tudo faz para evitar os pequenos choques entorpecentes do progresso.
Jornalista combativo e algumas vezes humorista, o prefeito de Campo Formoso alvitra ideias e executa-as com critério e sagacidade.
Tudo ali marcha para a frente”.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023 1e1v4i

Em memória de Joaquim Bonifácio, 1º Príncipe dos Poetas Goianos 6c2o2k

Historicamente, até pelo menos os anos de 1930, quem se aventurava no mundo das letras (literatura e jornalismo) eram os filhos homens, brancos e de famílias tradicionais do Estado de Goiás. Mulheres dessas mesmas famílias e pessoas de baixa renda eram raros nesse universo. Isso era entre outros motivos, consequência da proibição da circulação de veículos de comunicação e da existência de faculdades pelo menos até o início do século XIX, mas principalmente por falta de o da maioria à educação formal. Alguns grupos, como os escravizados, estavam inclusive proibidos ao o. E quem podia, enviava os filhos jovens para a Academia Militar (da Praia Vermelha era uma das mais concorridas), para os cursos de Medicina e de Direito (como o do Largo do São Francisco). Em Goiás, os primeiros cursos superiores chegaram no século XX.
Como o ensino básico não era obrigatório, estava no lucro quem minimamente sabia ler e fazer as quatro operações. As crianças de Campo Formoso (Orizona), dessas famílias, prioritariamente era levadas para Bonfim (Silvânia) e Santa Cruz. As primeiras vagas chegaram no novo distrito em 1892, através do professor Luiz Ferraz, da cadeira masculina de primeira entrância (equivalente ao antigo primário) e depois, do Salviano Pedro Borges. A cadeira feminina foi criada, mas não surgiram professoras. Além desses casos, tinham famílias que contratavam professoras para dar aulas nas fazendas, para os da casa e até algum agregado. E muitas vezes, não era necessário ter uma formação acadêmica para ser considerada uma referência intelectual. Haja visto Egerinêo Teixeira e José da Costa Pereira em Campo Formoso.
Um desses sortudos que puderam conhecer as letras e que se tornou uma referência de nosso jornalismo arcaico e quase pré-histórico, na historiografia e literatura foi Joaquim Bonifácio Gomes de Siqueira. Gercino Monteiro Guimarães o denominou “Príncipe dos Poetas Goiano”, o primeiro a receber esse título. Também foi apelidado de “Casemiro de Abreu Goiano”, por ressaltar a beleza de nossa terra.
Estudou no Liceu de Goyaz e teve um desempenho considerado “bom”. Tinha as disciplinas de Português, Francês, Aritmética, Inglês, Geografia Histórica e Álgebra Geométrica, além de um bom comportamento, conforme registros de 1894. Em 1903 foi nomeado para ocupar o cargo de amanuense (equivalente a escriturário) na secretaria do Interior, Justiça e Segurança Pública de Goiás. Como autor, de acordo com Gilka Vasconcelos de Salles, escreveu de caráter histórico e genealógico, entre outros, “A Descoberta de Goiás” e “Esboço Genealógico da Família Siqueira”, ambos no ano de 1921.
Conforme Geraldo Coelho Vaz, Joaquim Bonifácio nasceu na antiga capital do Estado, no dia 11 de janeiro de 1883. Faleceu na cidade do Bonfim (Silvânia-GO), no dia 17 de novembro de 1923. Mais tarde, seus restos mortais forma trasladados para a Cidade de Goiás e depositados, em um túmulo especial, no Cemitério São Miguel.
Publicou Alvoradas (1903), livro de versos carregados de sentimentalismo e de amor pela Cidade de Goiás, criticado por Duque d’Estrada. Além de escritor foi, também, inspetor de fiscalização de coletorias, viajando por todo o Estado, conhecendo nossa realidade. Por esse motivo, participou na impressa da época com artigos históricos e análises sociais de acontecimentos que presenciou. Em 1913 publicou outro livreto, Alguns Versos, em que aparecem os belos poemas Luares e Noites Goianas (leia abaixo), mais tarde musicados com sucesso, de acordo com o blog de Antônio Miranda.
Editou diversos jornais, dentre eles, a Folha de Goyaz, juntamente com o jornalista Honestino Guimarães, na Cidade de Goiás. Na cidade de seu nascimento, fundou e dirigiu A Capital, Nova Era e Jornal de Goyaz.

Noites goianas
Tão meigas, tão claras, tão belas, tão puras
Por certo não há!
São noites de trovas, de beijos, de juras,
As noites de cá...

A lua derrama no céu azulíneo
Seu manto de prata
E Deus, das estrelas abrindo o escrínio,
No céu as desata...

Em Nice, em Lisboa, na Itália famosa
Tais noites não há...
São noites somente da Pátria formosa
Do índio goiá...

As noites goianas são claras, são lindas,
Não temem rivais!
Goianos! Traduzem doçuras infindas
As noites que amais!...

Goianos as sonham, da Pátria saudosos,
Nas terras de lá...
São noites de risos, de afetos, de gozos,
As noites de cá...

Pela circunstância da morte de Joaquim Bonifácio, Egerinêo Teixeira escreveu em seu A Roça de janeiro de 1924 um obituário lamentando a agem do amigo. Para encerrar, transcrevemos esse texto:

“J. BONIFÁCIO
Na velha cidade de Bonfim, em dias de novembro próximo, baixou ao silêncio eterno do túmulo o meigo cantor das ALVORADAS.
Um justo estremecimento de dor abalou profundamente toda a população civilizada da terra goiana e o crepe da amargura, da viuvez inconsolável, rolou pesadamente sobre as nossas letras inundando-as das trevas sufocantes de um luto cerrado.
Poeta, jornalista e historiador de alto mérito J. Bonifácio foi com tudo um sertanejo modesto se que nunca se pesasse, nem ao de leve, a humilde condição de escritor provinciano. Insulado no seu recolhimento precioso de artista a que o abrigava o seu espírito de eleição legou-nos o pranteado morto, onde outras obras de valor alto preparadas com estudos profundos: ‘História de Goyaz’ e ‘Diccionario Historico e Geographico de Goyaz’, infelizmente ambas ainda inéditas.
‘A Roça’, ferida, também pela grande perda, que acaba de sofrer o nosso Estado, associa-se à imensa mágoa de todos os goianos e deixa cair sobre a tumba do ilustre morto o preito de sua saudade eterna. E.T.”

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

sábado, 14 de janeiro de 2023 2s6q48

Em 1992, Délico e Terezinha foram eleitos para a Prefeitura de Orizona 175j66

As eleições municipais de 1992 foram as segundas locais depois da redemocratização. As primeiras foram as de 1988, mas pessoalmente não lembro. Só me vem a memória a vitória de nosso vizinho e familiar Benedito Moisés de Sousa, o Ditinho, o primeiro eleito pelo Partido dos Trabalhadores em Orizona. Era dirigente de nossa comunidade (Estiva de Cima) e uma importante liderança sindical. Aquela bancada teve uma importância histórica por ter aprovado a Lei Orgânica do Município.
Em 1989, talvez também pela vitória de nosso parceiro, estávamos muito animados com as eleições presidenciais. Era uma criança ‘desatinada’ por política e fiquei muito frustrado com a vitória de Fernando Collor, que logo se mostrou um equívoco. Em 1992, o PFL colheu os frutos de um bom e bem avaliado mandato de Idalício Leandro Teixeira (prefeito) e Délico Machado da Silva (vice-prefeito) e fez os sucessores, além da maioria da bancada de vereadores.
As eleições daquele ano ocorreram em 03 de outubro e foram conduzidas pelo juiz eleitoral Osvaldo Rezende da Silva, responsável pela 23ª Zona Eleitoral, composta por 34 sessões e 30 urnas convencionais. Orizona possuía 9.279 eleitores aptos a votar, mas 9,56% não compareceram (887 eleitores). A apuração foi concluída em 05 de outubro.
Participaram das eleições, quatro chapas majoritárias (prefeito e vice-prefeito) e quatro proporcionais (vereadores). A votação para prefeito ficou assim:
- Délico Machado da Silva (PFL): 4.158 votos;
- Anteres Vieira Pereira (PMDB): 3.031 votos;
- Sebastião Fernandes de Oliveira – Curraleiro (PT): 498 votos;
- Luiz Izaías (PDC): 88 votos.
Na votação para vereadores, o Partido dos Trabalhadores teve os seguintes votos:
- Paulo Acácio de Sousa: 194 votos;
- Ivan da Silva Gregório: 97 votos;
- Valdemir Laureano da Cruz: 45 votos;
- Aldorando Donizetti Correia: 44 votos;
- Pedro Natal Cardoso (Pedro Gueiroba): 38 votos;
- Antônio Pereira de Almeida (Baiano): 36 votos;
- Edison Vieira da Costa: 36 votos;
- Dolsane Fernandes de Oliveira: 31 votos;
- Salvador José de Oliveira: 16 votos.
A coligação teve 537 votos nominais e 32 votos de legenda.
A coligação de vereadores do PMDB assim votada da seguinte forma:
- José Albino Vieira: 254 votos;
- Antonio Meireles Filho (Totó): 213 votos;
- Franquilino Antonio de Oliveira: 209 votos;
- João Batista de Castro Neto: 195 votos;
- José Rincon Honorato: 192 votos;
- Alfredo Silveira Mesquita: 162 votos;
- Clério Ferreira da Silva: 154 votos;
- Joaquim Nunes de Sousa: 153 votos;
- Valdo Antonio Ribeiro: 151 votos;
- Lázaro Alves de Souza: 150 votos;
- Carolina Vieira Cardoso e Castro: 146 votos;
- Genival Coutinho da Silva: 144 votos;
- Maria Juçara da Costa Soares: 136 votos;
- Olímpio Pereira Cardoso Neto: 128 votos;
- Osvaldo Peixoto da Silva: 115 votos;
- Laerte Machado: 113 votos;
- Joaquim Ribeiro: 102 votos;
- Mauriti Benedito César Fernandes: 85 votos;
- Silvio Fernandes de Castro: 68 votos;
- Levertino Donizetti de Oliveira: 60 votos;
- Sidon Vieira da Cunha: 44 votos;
- Juvenil Alves da Silva: 40 votos;
- Edson Marra: 35 votos;
- Ramos José de Sousa: 23 votos.
Foram 3.072 votos nominais e 74 votos de legenda para o PMDB.
O Partido da Frente Liberal (PFL), a maior, somou os seguintes votos na chapa de vereadores:
- João dos Santos: 363 votos;
- Jeremias de Sousa Mendes: 331 votos;
- Tarcísio Xavier das Graças: 313 votos;
- Odilon Bertoldo da Silva: 305 votos;
- Antonio Marçal da Silveira: 268 votos;
- Eduardo Paulo Araújo Porto: 234 votos;
- José Mendes de Oliveira: 208 votos;
- José Vieira dos Santos Sobrinho (Zé Coalhada): 207 votos;
- Célia Vieira de Freitas: 198 votos;
- José Gonçalves Mesquita: 186 votos;
- Laudivino Vieira Machado: 184 votos;
- Paulo Mendonça de Lima: 171 votos;
- Maria Marlene Pereira Caixeta e Oliveira: 157 votos;
- Odir Lemos: 154 votos;
- José Moreira Sobrinho: 103 votos;
- Eleusa Aparecida Batista Paiva: 95 votos;
- João Jacinto Pereira: 89 votos;
- José Rosa de Oliveira (Zé Beraldo): 88 votos;
- Jonas Gonçalves Caixeta: 78 votos;
- Antonio Pedro Gomes: 68 votos;
- Jair da Costa Borges: 30 votos;
- Geraldo Nunes Cardoso: 26 votos;
- Jeová Gonçalves de Castro (Jeová Lanterneiro): 25 votos;
- José Barbosa Sobrinho: 24 votos;
- João Evangelista Pinheiro (João da Emater): 10 votos;
- Cícero Tenório da Silva: 4 votos.
A coligação teve 3.919 votos nominais e 122 votos de legenda.
A coligação PDC/ PRN teve os seguintes votos para vereadores:
- José Eurípedes Tavares: 46 votos;
- Levino Mamede de Sousa: 42 votos;
- Norma Maria Tavares: 27 votos;
- Luiz Gonzaga Gomes Neto: 00 votos.
Foram totalizados por esta, 115 votos nominais e 36 de legenda.
Aquelas eleições elegeram 11 vereadores, sendo 05 do PMDB e 06 do PFL:
1) João dos Santos (PFL): 363 votos;
2) Jeremias de Sousa Mendes (PFL): 331 votos;
3) Tarcísio Xavier das Graças (PFL): 313 votos;
4) Odilon Bertoldo da Silva (PFL): 305 votos;
5) Antonio Marçal da Silveira (PFL): 268 votos;
6) José Albino Vieira (PMDB): 254 votos;
7) Eduardo Paulo Araújo Porto (PFL): 234 votos;
8) Antonio Meireles Filho (PMDB): 213 votos;
9) Franquilino Antonio de Oliveira (PMDB): 209 votos;
10) João Batista de Castro Neto (PMDB): 195 votos;
11) José Rincon Honorato (PMDB): 192 votos;
Foi eleito para prefeito, o engenheiro Délico Machado da Silva (então vice-prefeito) e para vice, Terezinha Nunes Marçal, ambos do PFL. Terezinha também acumulou a função de secretária municipal de Educação e era esposa de Antonio Marçal da Silveira, eleito vereador. Outro fato importante é que foi a primeira mulher eleita para a chapa majoritária no Município.

ANSELMO PEREIRA DE LIMA

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023 4e35p

Curiosidades históricas de Orizona e Região - III 53121r

Continuaremos tratando de curiosidades históricas do Município de Orizona e municípios vizinhos, ou de fatos que ocorreram em outras localidades, mas com vínculos no município. A essa coleção, damos o nome de “Efemérides”.
O que pretendemos aqui pode ser algo parecido. Visamos registrar fatos históricos e acontecimentos de instituições, pessoas e famílias (batizado, nascimento, casamento e óbito) de pessoas que viveram em Orizona em regiões adjacentes nas últimas duas décadas ou mais. Evitaremos citar fatos conhecidos ou já publicados, mas isso não é uma regra. Sigamos em frente.

15/01/1988: Faleceu o senhor Itamar Fernandes da Motta.

02/02/1834: Faleceu Anna Maria Teixeira, casada que era com o capitão Francisco José Pinheiro, pioneira em Morro Alto (Piracanjuba).

04/02/1847: Batizou a Francisca, nascida em 05/01/1847, filha de Francisco Lopes Conde e Anna Joaquina de Jesus. Foram padrinhos, Francisco Pereira Cardoso e Anna Maria de Jesus.

05/02/1846: Foi batizado Antonio, nascido em 03/01/1846, filho de José Archangelo Correa e Angela Pessoa de Faria. Foram padrinhos, Manoel Ribeiro e Thereza de Jesus. Celebrou o padre Antonio Joaquim de Azevedo.

15/02/1822: Casaram na Igreja Matriz de Santa Cruz, Francisco José Pinheiro, filho do Guarda-Mor Francisco José Pinheiro e Anna Teixeira de Jesus, natural de São Francisco de Paula-MG, com Maria Delfina de Souza Lobo, filha do ajudante João de Souza Lobo e Felisberta Rodrigues da Silva, natural de Santa Cruz. Celebrou o padre Antonio Joaquim Teixeira.

19/02/1903: faleceu na Fazenda Firmeza, Escolástica Maria do Carmo, viúva de José Pereira Cardoso Primo e filha de Joaquim Fernandes de Castro e Justa Maria do Carmo.

24/03/1845: Batizou na capela de Nossa Senhora do Rosario, em Santa Cruz, a Manoel, filho de Bento Corrêa Peres e Theodora Maria de Jesus. O pequeno nasceu em 11/01/1845. Seus padrinhos foram João Correa Peres e Maria Joaquina.

17/04/1993: Aconteceu encontro de jovens católicos na quadra do Salão Paroquial de Orizona. Organizado pelo JUC – Jovens Unidos em Cristo, o evento contou com numerosa participação de jovens.

13/05/1993: Iniciou-se a 1ª Festa do Peão de Boiadeiros de Orizona, que se estendeu até o dia 18 daquele mês. Foi no estádio municipal e teve a organização do grupo Os Progressistas.

29/05/1989: Cerca de 200 moradores invadiram o Fórum de Orizona e lincharam os presos Agnaldo Francisco Santana e Lélio Divino, que tinham assassinado os irmãos gêmeos Rui e Eli Bastos.

30/05/1925: Faleceu na fazenda Cachoeira o senhor Hermenegildo José da Silva, casado com Ana Luíza da Cunha, filha de Graciano Pereira da Cunha e Rita lina da Conceição.

13/06/1892: Faleceu Antonia Joaquina do Nascimento, tendo sido sepultada no Cemitério da Capela dos Correas. Natural de Patrocínio/MG, era filha de Joaquim Rodrigues do Nascimento e Jacintha Maria do Espírito Santo, sendo casada com Manoel Mendes da Silva.

20/07/1822: Faleceu Florência Leite, esposa de Júlio Correa Peres.

26/07/1988: Faleceu o senhor Salvino Nunes de Paula, nascido em 12/10/1920.

10/08/1938: Nasceu na fazenda Santo Inácio, em Orizona, Lázaro Ferreira Barbosa, filho de Sebastião Ferreira Barbosa e Diolina Ferreira de Jesus. Foi um importante jurista e político brasileiro (secretário de governo, deputado, senador e diretor da CELG), chegando ao posto de Ministro da Agricultura. Faleceu em Goiânia em 14/03/2019.

01/09/1844: Foi batizada Joaquina, filha de João Pereira Cardoso e Floriana Maria de Jesus. Foram padrinhos, Joaquim Fernandes de Castro e Maria Rosa do Carmo. A criança nasceu em 06/08/1844.

15/09/1903: Na festa de Nossa Senhora da Piedade daquele ano, Olímpio Pereira Cardoso casou-se com Luíza de Castro.

17/09/1976: Inaugurado o prédio do Banco do Brasil de Orizona, onde atualmente funciona a instituição financeira e a Prefeitura Municipal. Antes disso, o BB começou a funcionar no município em novembro de 1964.

23/09/1919: Faleceu na fazenda Posse o fazendeiro Graciano Pereira Cardoso.

03/10/1843: foi batizado João, filho de Antonio José Cardoso e Joaquina de Jesus e nascido em 08/08/1843. Foram padrinhos, João Pereira Cardoso e Floriana Maria de Jesus.

09/10/1833: Faleceu Vicência Rodrigues da Silveira, esposa de Manoel Mendes do Valle, sendo sepultada em Santa Cruz. O esposo faleceu logo depois, em 01/01/1834.

09/10/1848: Se casaram na Capela do Rosário, em Santa Cruz, Joaquim Luiz da Silva, com Rita Maria de Jesus, filha de Fulgêncio de Sousa França. Celebrou o sacramento o padre Antonio Francisco do Nascimento.

15/10/1991: O papa João Paulo II visita Goiânia e é recebido pelo arcebispo metropolitano Dom Antonio Ribeiro de Oliveira, natural de Orizona.

03/11/1962: Instalação e bênção do sino na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade de Orizona, uma oferta do senhor Olímpio Pereira Cardoso.

15/11/1988: Nas eleições municipais de Orizona, foi eleito Idalício Leandro Teixeira (prefeito) e Délico Machado da Silva (vice), ambos do PFL. Também concorreram naquela eleição, Alfredo Silveira Mesquita e Laurindo Correa de Aquino (PMDB) e Dr. Fernando Dorival Pires e Pedro Jacinto Pereira (PT).

21/11/1923: Nasceu Múcio Teixeira, em Santa Cruz, filho de Benedito Teixeira e Alzira de Carvalho Teixeira. O servidor público e político foi casado com Ofélia Di Teixeira, filha de Egerinêo Teixeira e Rita Carolina Amália da Costa Teixeira (Carolina Teixeira).

26/11/1954: Procissão da Festa Inaugural da 2ª Capela de São Miguel Arcanjo, no povoado da Cachoeira.

01/12/1826: Casaram em Bonfim (Silvânia), o Cap. Antonio José Teixeira de Carvalho, viúvo de Gertrudes Maria, com Maria Bárbara da Silva, filha do Ten. Cel. Vicente Miguel da Silva e Maria da Paixão Solidade.

08/12/1846: Batizou a Manoel, nascido em 04/08/1846, filho de José Mendes de Assunção (filho de Manoel Mendes do Valle) e Anna Esméria de Jesus. Foram padrinhos, José Gonçalves Pinheiro e Maria Rosa de Jesus (irmã do Cap. José Pereira Cardoso).

CONTINUA...

ANSELMO PEREIRA DE LIMA