Em 1958. Eu, ainda Braizito, frequentava a pensão da dona Brasilina (Reduto dos Violeiros de Goiás), e cantava com um e com outro, aqui e ali, para tentar aliviar as dificuldades financeiras. Manter o próprio sustento, com a viola, não era coisa fácil. Era uma tarefa difícil. O recurso que eu tinha era apelar para a formação de duplas improvisadas, e conseguir convencer os donos de parques de diversão a nos pagar um irrisório “cachê” para que cantássemos ali no palco que era montado na parte de cima de onde funcionava a bilheteria. Lembro-me que cantei, algumas vezes, até com o Zé do Carro (da dupla, “Palmito e Zé do Carro”), segunda voz tão grave quanto a minha e os recursos financeiros tão minguados quanto os meus. Era uma graça, vê-lo fazendo a primeira voz. Mas, nos virávamos, e, conseguíamos desencavar alguns trocados. O tempo ava, a minha vocação pela arte, não. Havia em mim, ferrenha determinação e inabalável esperança de vencer, cantando. Foi quando conheci José Onofre Leite, o "Marreco", que havia se separado do "Sapezinho", com quem cantara por algum tempo, e estava “caçando” parceiro. Formamos dupla. Larguei o apelido de Braizito e fui “batizado” com o diminutivo de Marreco. A sorte estava lançada; surgia no cenário artístico Goiano, a Dupla do Momento: “Marreco e Marrequinho”.